Soldado Fontenele, baleado, recebeu no IJF a visita do
comandante da PM, coronel Viana
Um preso morto, um policial militar ferido e dezenas de
tiros. Este foi o resultado de uma tentativa de fuga coletiva ocorrida na
madrugada desta quinta-feira (19), no Complexo Penitenciário de Itaitinga, na
BR-116, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Detentos de duas vivências conseguiram chegar
ao alambrado que circunda a Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor
Jucá Neto, a CPPL 3, depois de danificar
as grades dos xadrezes e corredores.
O grupo de aproximadamente 100 detentos, das Vivências E e F
conseguiu serrar as grades e se
aproximar da área externa, mas foi rechaçado pela guarda externa. Policiais
militares que estavam nas guaritas reagiram enquanto bandidos do lado de fora
davam apoio aos comparsas, atirando contra os militares.
No intenso e demorado tiroteio, um dos presos que tentava
escapar caiu morto junto ao portão de acesso às Vivências, enquanto um dos
militares acabou recebendo vários tiros. Trata-se do soldado PM Fontenele,
destacado no Batalhão de Policiamento de Guarda de Estabelecimentos Penais
(BPGEP).
Bala
O militar recebeu, pelo menos, oito tiros, sedo três nas
costas, um em cada braço, além de disparos de raspão na cabeça. Socorrido por colegas e agentes
penitenciários, ele foi colocado numa ambulância da Polícia Rodoviária Federal
(PRF), que recebeu escolta de várias viaturas até chegar ao Instituto Doutor
José Frota (IJF).
O militar passou por procedimento de emergência e, mesmo com
a grande quantidade de tiros que sofreu, seu estado de saúde é considerado
estável. No começo da manhã, ele recebeu a visita do novo comandante da PM,
coronel Ronaldo Viana.
Já o preso morto durante o confronto não teve, ainda, sua
identidade revelada. O corpo dele foi removido no começo da manhã pela equipe
da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e permanece na Coordenadoria de
Medicina Legal (Comel).
Com a reação da PM, os presos que planejavam a fuga em massa
recuaram para o interior do presídio, deixando parte do alambrado já
danificado, com buracos por onde eles passariam. Os comparsas que estavam
armados do lado de fora e se encarregavam de atirar contra os sentinelas
acabaram fugindo em vários veículos ou a pé pelo matagal que circunda a CPPL.
Ainda nesta manhã, a Secretaria da Justiça e da Cidadania
deverá determinar uma operação de varredura na CPPL 3 com o objetivo de
localizar objetos ilícitos nas celas, como armas, munições, drogas e aparelhos
celulares e, ao mesmo tempo, fazer a contagem dos presos para saber se houve
alguma fuga.
Por FERNANDO RIBEIRO
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